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sexta-feira, dezembro 23, 2011

Um conto de Natal - A ESTRELA DE DAVID

Certa noite, vinha eu da Barra para Ilhavo pela estrada florestal quando, de repente, me surge à frente um cãozinho aos pulos e a ladrar incessantemente.
Parei, saí imediatamente do carro e ele correu para mim a ladrar e a puxar-me pela manga do casaco.
Fui com ele. Qual o meu espanto, a cerca de vinte metros, na berma da estrada, estava um homem caído e cheio de feridas no corpo.
Peguei no telefone e pedi socorro. Enquanto não chegava o 112, o cãozinho não parava de lhe lamber as feridas, alternando com olhares furtivos na minha direcção.
A ajuda chegou passados poucos minutos e eu segui-os com o cãozinho no meu carro.
Felizmente, os ferimentos não eram graves, pelo que passadas três horas, foi conduzido para sua casa.
Tinha sido vítima de um carjacking, em que foi agredido violentamente e despojado do seu carro, documentos e telemóvel.
Deitado na sua cama, não parava de me agradecer por lhe ter salvo a vida, ao que respondi:
- Não é a mim que tem de agradecer, mas sim a este cãozinho, que foi a estrela que me guiou até si.
De lágrimas nos olhos e com voz trémula, confessou-me:
- Esse cãozinho é meu. É o David, que eu abandonei naquela mesma estrada, meia hora antes do acidente.
Deus não me vai perdoar pelo que fiz.
- Preocupe-se mais com o seu David, porque ele sim, certamente já lhe perdoou.
Quando ia a sair, David olhou uma última vez para mim, latiu, abanou a cauda e voltou para junto do seu dono.
No dia seguinte, de manhã, passei pelo local e vi uma trela com a inscrição " David ".
Fiquei com ela. Quando lhe pego vejo o David a bailar na minha memória como uma sombra chinesa.

É apenas um conto, mas não deixa de ser uma realidade. Ainda tenho esperança de que estas realidades deixem de existir para não existirem mais contos como este.
Feliz Natal.

A INVOLUÇÃO HUMANA


Quanto mais depressa a humanidade se aproxima da decadência total, mais cresce a indignação e a revolta, bem como o número de manifestações de protesto dos que ainda sonham por uma inversão e recuperação de mentalidades que possam conduzir ao equilíbrio, à paz e ao amor de que o mundo tanto precisa.
O homem tem uma sede inesgotável de tentar encontrar e explorar planetas que estão a anos luz da Terra.
Quantos mais anos serão necessários para que se faça luz em certos espíritos de modo a que cheguem finalmente à conclusão de que é urgente a humanidade encontrar-se a si própria e cuidar do que ainda resta do planeta que habita.
Para quê tantas guerras, tanta violência, perdas de vidas de animais e seres humanos inocentes, florestas devastadas, mares e rios poluídos.
As aves cantam a medo, os lobos soltam uivos roucos, já não se vê o sorriso nos golfinhos, os homens estão a perder a fala, as árvores temem crescer e a Natureza já quase não respira.
Porque existe tanta fome e miséria, tanta injustiça e tanta desigualdade se a nossa vida não passa de um livro, com um número indeterminado de páginas que vamos folheando dia a dia e inesperadamente chegamos à última, onde apenas lhe resta um pequeno espaço para que fique registado um arrependimento.
O Ser Humano, não sabe ser humano.
É um animal racional, com inteligência racionada.
Que a vida nos amanheça e a morte tarde em acordar-nos.