segunda-feira, agosto 09, 2010

Confrontos entre activistas e defensores da festa brava em dia de corridas na Catalunha

Em dia de corridas de touros, viveram-se hoje em Barcelonaconfrontos entre ativistas antitaurinos e defensores da festa brava à porta da praça La Monumental.
Depois de o parlamento da Catalunha ter proibido em 28 de Julho as corridas de touros, medida que entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2012, os dois grupos continuam a manifestar o seu descontentamento.
De um lado, os ativistas antitaurinos não querem esperar um ano e meio pela proibição das corridas de touros. Querem que "o massacre animal" termine o quanto antes.
Do outro lado, os defensores das festas de touros estão "indignados e revoltados com a injustiça" de terminarem com uma actividade que consideram fazer parte da cultura espanhola.
À porta da praça La Monumental, para além de muitos turistas que compravam entradas para a corrida, estava um ponto de recolha de assinaturas a favor das festas de touros.
"Estamos aqui a recolher assinaturas, como fazemos desde 2005, para demonstrar o apoio que as corridas de touros têm a nível popular", disse à Lusa, Luis Corrales, coordenador da plataforma para a promoção e difusão da festa de touros.
A plataforma para a promoção e difusão da festa de touros vai apresentar um recurso ao Tribunal Constitucional para modificar a medida e também quer atuar a nível político.
"Estamos nestes dias de agosto a preparar um plano para colocar em prática a partir de setembro do ponto de vista político," comentou Luis Corrales, que acredita que antes da data "podemos conseguir que a lei seja modificada".
"Perdemos a batalha, mas estamos longe de perder a guerra", acrescentou.
Do outro lado da rua, porque não estão autorizados a estar à porta da Praça La Monumental, estavam os ativistas antitaurinos, na sua maioria, vegetarianos e protetores dos animais, que gritavam "Basta de mau trato animal!".
"Estamos aqui há 6 anos, em todas as corridas de touros, porque não acreditamos no papel político. Anunciaram a proibição e continuam a matar", referiu à Lusa, Lluis Villacorta, organizador das concentrações antitaurinas que estava pintado de vermelho para simbolizar o sofrimento dos touros.
O grupo de ativistas e defensores dos animais reúne-se todas as sextas-feiras numa praça de Barcelona para recolher assinaturas contra os maus-tratos de animais.
"Queremos continuar a lutar, para terminar as touradas em Madrid e em todo o país. Em Madrid já temos mais de 50 mil assinaturas", referiu à Lusa Eliseo Brito, natural das Ilhas Canárias, a primeira região a proibir os touros em Espanha, em 1991.
A polícia esteve presente para evitar conflitos, mas não conseguiu evitar os confrontos verbais que se ouviram de um e outro lado da rua, antes de começar o espetáculo de touros, onde a maioria da plateia era constituída por turistas.

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