sábado, junho 05, 2010

Mais espaço para animais que ainda aguardam adopção

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Primeira fase das obras de ampliação do Centro Municipal de Recolha de Animais é inaugurada segunda-feira
O Centro de Recolha de Animais – Canil e Gatil Municipal de Coimbra vai dispor de 10 novos canis especialmente concebidos para cães que aguardam por um novo dono. As instalações fazem parte da primeira fase das obras de ampliação do centro e serão inauguradas segunda-feira. Ontem o Diário de Coimbra visitou o novo pavilhão, que de certo trará mais conforto aos animais e segurança a quem deles trata, mas também viu chegar cinco cães – todos de raça pequena e simpáticos - tristemente abandonados numa propriedade privada, e viu cachorrinhos pequenos desesperados por mimos e brincadeiras, e vimos no canil cães bonitos (talvez de raça) que foram abandonados à sua sorte. Todos à espera de serem adoptados.
«No seguimento do que já havia sido feito durante o mandato anterior, pretendemos com estas obras oferecer melhores condições de trabalho às pessoas, bem como as condições de higiene e segurança dos animais que estão à nossa guarda», disse ao Diário de Coimbra o vereador responsável pelo centro, Luís Providência.
De acordo com o autarca, os cães são os animais que exercem maior pressão na actividade diária do centro. «Temos apostado em campanhas de adopção daqueles que estão em condições para isso. Recolher os animais errantes é a nossa missão, mas se conseguirmos que alguns possam ter um lar é óptimo», declarou, notando que o número de adopções tem vindo a aumentar, fruto do esforço de divulgação, nomeadamente através da página da Câmara Municipal na internet (www.cm-coimbra.pt), com a campanha “Coimbra adopcão”.

Isso mesmo refere a veterinária municipal, Filomena Ramalho: «A nossa primeira missão é preservar a saúde, a segurança e a tranquilidade pública, depois vem a missão de preservar o bem-estar dos animais». As novas instalações, com 10 novos canis – que poderão servir para mais do que um animal -, vão «evitar que alguns animais que podiam ser adoptados sejam sacrificados graças à sobrelotação do espaço».
Estes novos compartimentos somam-se aos já existentes 29 canis e seis celas semi-circulares (usadas para animais agressivos, que estão em quarentena, etc.). A obra incluiu ainda um novo espaço para prestação de cuidados médico-veterinarios básicos e uma área de congelação de cadáveres (depois recolhidos por uma empresa responsável pela incineração, que é obrigatória por lei).
Admitindo que o principal está feito, o vereador Luís Providência refere que são necessárias adaptações e melhorias nas instalações antigas, bem como a construção de um gatil. A veterinária espera que este venha a ser construído ao lado do novo pavilhão, com as devidas condições, «janelinhas nos compartimentos e uma espécie de jardim interior». Até lá, os próprios funcionários do centro estão a adaptar uma divisão para acolher os gatos.

Adopção sim, mas consciente
A veterinária lembra que «ninguém é obrigado a ter um animal, só o tem quem quer e quem pode. A adopção tem de ser um acto de consciência, uma decisão da família, porque é um ser vivo que entra em casa e que precisa de cuidados. Mais vale não ter um animal do que o ter e não o cuidar devidamente ou cumprir a legislação». É por isso que, antes de dar algum animal, os responsáveis do canil fazem um inquérito para avaliar as condições do adoptante. «Já recusámos algumas adopções», garante a responsável municipal.
«Para o animal sair daqui e ficar preso, confinado a um bidão, sem cuidados básicos, vacinas, desparasitação, sofrendo e pondo até em perigo a saúde e segurança de terceiros, não vale a pena. Mais vale uma boa morte do que uma má sorte», considera Filomena Ramalho.
O canil é o único local onde o abandono não é ilegal. Segundo a veterinária alguns donos vêm ali deixar os seus animais, porque já não têm condições para os ter (com a crise, falta o dinheiro para também os sustentar), porque mudaram de casa ou vão emigrar e, muitos, porque os cães estão gravemente doentes ou são violentos. Pagam sempre uma taxa por o fazerem. Dependendo dos casos, os cães são colocados para adopção ou eutanasiados (no caso de estarem muito doentes).

Vacinação anti-rábica e identificação electrónica

Os serviços veterinários municipais levam a cabo de hoje até dia 6 de Julho uma acção de vacinação anti-rábica e de identificação electrónica nas diversas freguesias do concelho. Filomena Ramalho recorda que a vacinação é obrigatória para todos os cães, bem como a identificação electrónica (com implantação de micro-chip) dos animais que nasceram depois de Julho de 2008, já que, antes dessa data, apenas eram assim identificados os cães perigosos ou potencialmente perigosos e os cães que participavam em actos venatórios.
A identificação electrónica permite, segundo veterinária, contactar o dono para lhe devolver o animal, se este estiver perdido, mas também responsabilizá-lo pelo eventual abandono ou pelos danos que o cão tenha provocado (acidentes, danos materiais, agressões, etc.). A contra-ordenação por abandono vai dos 500 aos 3.740 euros.
Hoje, os serviços municipais estarão nas freguesias de Antuzede (Antuzede e Póvoa do Pinheiro, às 9h30, S. Facundo e Cidreira às 11h00) e Lamarosa (Andorinha às 14h30, Casais de Vera Cruz às 16h00, Ardazubre às 17h00 e Vila Verde às 18h00). As acções de vacinação prolongam-se até 6 de Julho, estando expostos nas juntas de freguesias os editais com as datas e respectivos locais de vacinação.

NÚMEROS

546
animais que entraram desde Janeiro

425
cães entregues ou capturados

121
gatos entregues ou capturados

99
animais adoptados desde Janeiro
25
animais restituídos aos donos



Fonte: Diário de Coimbra

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