A Universidade de Valência juntou-se à polêmica sobre a proibição de touradas na Espanha, especificamente a Faculdade de Ciências Biológicas, que aprovou uma declaração contrária às touradas.
A declaração afeta o debate sobre a preservação das touradas como “patrimônio cultural” ou a declaração da prática como uma crueldade intolerável, que está cada vez mais presente na sociedade espanhola.
A Faculdade destaca que estudos revelaram uma continuidade evolutiva entre humanos e outros animais muito maior do que o sugerido pela concepção dominante tradicional em nossa cultura.
Assim, indicam que os animais têm sistemas especializados na percepção de estímulos, e que essa percepção é acompanhada por um componente afetivo intenso e desagradável. Portanto, a conclusão que apontam essas observações é de que “os touros sentem dor, sofrimento e estresse, com características muito semelhantes às dos seres humanos”.
Vale ressaltar que a legislação da União Europeia reconhece explicitamente que os animais são “seres sencientes e estabelece como objetivo evitar a dor ou o sofrimento desnecessários dos animais”.
Da mesma forma, a declaração esclarece que “as tradições mudam, e práticas consideradas aceitáveis apenas alguns anos atrás agora são ilegais ou consideradas inaceitáveis”.
Por esse motivo, a sociedade deve refletir “se um espetáculo em que a violência ao vivo é uma parte substancial, embora existam outros elementos, é um bem cultural a ser preservado e transmitido às gerações futuras”.
O documento ainda diz que “evitar a dor animal e transmitir às novas gerações valores isentos de crueldade. Além disso, os maus-tratos de animais estão em desacordo com os valores de respeito e admiração pela natureza que tentamos transmitir aos nossos alunos”, e termina afirmando a posição da faculdade “contra as touradas e outros espetáculos em que se praticam os maus-tratos de animais e sua consideração como patrimônio de interesse cultural”, convidando a Universidade e outras Faculdades de Veterinária e Ciências Biológicas em toda a Espanha para apoiar esta posição.
Com informações de ABC.es
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