sábado, março 03, 2012

O circo não é diversão... para os animais!

“Não podemos ver a beleza essencial de um animal enjaulado, apenas a sombra de sua beleza perdida.”
1937, Julia Allen Field

O circo não é divertimento para todos

Para os menos atentos o circo transparece uma imagem de animação onde os animais executam truques com satisfação e sem qualquer desconforto aparente. Na realidade, os animais nos circos são torturados, abusados e mantidos prisioneiros para quase toda vida em nome do entretenimento.

Cães, elefantes, ursos, camelos, cobras, macacos, araras, papagaios, focas, cavalos, girafas, lamas, cabras, zebras, bovinos, póneis, tigres, pumas e leões, são as espécies animais que mais facilmente se podem encontrar em circos de todo o mundo. Estas mesmas espécies são maltratadas e mantidas famintas, em estado de desnutrição contínua. Passam a vida aprisionados em espaços minúsculos, privados da sua liberdade e expostos a uma sobrevivência rotineira, dolorosa e stressante. Muitos deles já tiveram uma família e um habitat, e foram tirados violentamente às mães, que para isso tiveram de ser mortas. Outros foram comprados a jardins zoológicos e a outros circos.

O estudo do comportamento das diferentes espécies demonstrou que todos os animais sofrem em cativeiro. Para além da fome os animais sentem frio, calor, alegria, tristeza, dor, aborrecimento, repulsa, e sofrem de stress (e muitos peritos afirmam que os mais evoluídos têm memória). Todo o aborrecimento pelo qual os animais passam é a causa principal da perda das suas capacidades naturais. Animais que, no meio selvagem, correriam dezenas de quilómetros por dia, são forçados a passar quase todas as horas dos seus dias em jaulas exíguas, muitas vezes superlotadas, nas quais mal se podem movimentar. A ansiedade e o stress resultantes das pobres condições de bem-estar em que são mantidos e da violência dos treinos a que são submetidos fazem com que fiquem com distúrbios comportamentais (tornam-se apáticos e neuróticos). Repetem permanentemente movimentos estereotipados, auto mutilam-se e, por vezes, até ocorre canibalismo.

No seu meio selvagem, e de acordo com as suas características fisiológicas e psicológicas, os ursos usados nos circos nunca andariam de bicicleta, os babuínos nunca montariam póneis, os tigres e leões nunca passariam por entre arcos em chamas e os elefantes nunca se manteriam apenas em duas patas.

Os circos nada oferecem de pedagógico: crianças são ensinadas a olhar para os animais como objectos de exibição, que se expõem, se exploram e dos quais se abusa. As crianças podem aprender mais sobre os animais e o seu comportamento natural em documentários sobre a vida selvagem.


Apresentam-se de seguida algumas espécies animais e os abusos dos quais são vítimas:


Elefante amarradoElefantes:

- Antes de chegarem ao Circo, passam por meses de tortura. São amarrados sentados, numa jaula onde não se podem mexer, para que o peso comprima os órgãos internos e cause dor.

- Levam surras diárias, ficam sobre seus próprios excrementos, até que seu “espírito seja quebrado” e passem a obedecer.
- Os elefantes são animais que vivem em grupos com papéis sociais definidos. São extremamente inteligentes. Ficam de luto pelos seus mortos e são capazes de reconhecer um familiar, mesmo tendo sido separados deles quando filhotes.

- Sofrem de problemas nas patas por falta de exercício, pois na natureza os elefantes andam dezenas de quilómetros diariamente.

- No Circo os elefantes permanecem acorrentados o tempo inteiro. Mexer constantemente a cabeça é uma das características da depressão causada pelo cativeiro.

"Como fazer para conseguir a atenção de um elefante de 5 toneladas? Surre-o. Eis como".
Saul Kitchener, director do San Francisco Zoological Gardens



Tigre dentro de jaulaLeões, Tigres e outros Felinos:



- De acordo com Henry Ringling North, no seu livro "The Circus Kings", os grandes felinos são acorrentados a pedestais e são enroladas cordas nas suas gargantas, para que tenham a sensação de estarem a sufocar.

- São dominados pelo fogo e pelo chicote, golpeados com barras de ferro e queimados na testa, pelo menos, uma vez na vida, para que não se esqueçam da dor.

- Muitos têm suas garras arrancadas e as presas extraídas ou serradas.

- Passam a maior parte de suas vidas dentro de pequenas jaulas.

Alguns circos alimentam os felinos com cães e gatos abandonados.


Ursos:


Urso numa bicicleta
- Têm o nariz partido durante o “treino”

- As suas patas são queimadas, para os forçar a ficar sobre duas patas

- São obrigados a pisar chapas de metal incandescente ao som de uma determinada música

- Durante o “espectáculo” os ursos ouvem a mesma música usada durante “o treino” e começam a movimentar-se, dando a impressão de estarem a dançar

- Muitos têm as garras e presas arrancadas. Já foi constatado um urso com 1/3 da sua língua cortada

- Ursos cativos apresentam comportamento atípico, como andar de um lado para o outro

- Alguns ursos auto mutilam-se, batendo com a cabeça nas grades da jaula e mordendo as próprias patas


Macacos:



Macaco atrás de grades
- Apresentam o mesmo comportamento das crianças que sofrem abusos

- Até 98% do DNA dos chimpanzés é igual ao do humano

- São agredidos de modo a obedecer e obedecem apenas por medo

- Roer unhas e auto mutilação são comportamentos frequentemente encontrados em macacos cativos

- Os dentes são retirados para que os animais possam ser fotografados junto às crianças.

Cavalos, camelos, bois, cabras, póneis, burros e lamas:


Cavalo esquelético
- São açoitados e impedidos de fazer caminhadas

- Não são alimentados devidamente

- São agredidos para aprender



Todos os animais de circo:
- Não têm férias nem assistência veterinária adequada

- São obrigados a suportar mudanças climáticas bruscas, viajar milhares de quilómetros sem descanso, etc..

- Estão sujeitos aos clássicos instrumentos de “treino”: choques eléctricos, chicotadas, privação de água e comida.

- Encontram-se sem as mínimas condições de higiene, sujeitos a diversas doenças


Como ajudar?
Há várias coisas que podes fazer para reduzir o sofrimento dos animais. Pode ser algo tão simples como escrever uma carta ou fazer um telefonema num esforço para alterar o modo como estas instituições tratam os animais.

O que acontece aos animais se saírem do circo?
O local adequado para os programas de conservação devem ser as regiões a que os animais pertencem naturalmente e não a milhares de quilómetros de distância, longe da selva, da floresta, do deserto, das montanhas, dos oceanos, num ambiente e clima completamente diferentes. Os animais resgatados dos circos são geralmente reinseridos nos seus habitats naturais e em parques protegidos (ou santuários), que reúnem as mesmas condições.

É possível um circo existir sem animais?
Perfeitamente! O circo “Cirque du Soleil”, que foi fundado em 1984 por Guy Laliberté, tem um misto de números de circo e entretenimento de rua. Ao longo das duas últimas décadas o Cirque du Soleil transformou-se num império de divertimento e deu a esta arte um novo sopro de vida, uma vez que defende um circo sem animais, “Não estamos bem certos se o lugar de um elefante ou de um tigre é ficar enjaulado metade da vida ou apresentar-se ao Mundo fazendo acrobacias.” Este circo tem actualmente 2400 empregados e 500 artistas de mais de 40 países. Cerca de 600 mil pessoas assistem às suas peripécias Mundo afora. O circo está muito mais saudável do que antes, porque as pessoas precisam de sonhar e ter esperança, e é disso que falamos!”.


Alguns circos com animais:
- Circo Victor Hugo Cardinalli
- Circo Roberto Cardinali
- Circo Atlas
- Circo Chen
- Circo Di Napoli
- Circo Stankowich
- Circo Garcia
- Circo Bim Bobo
- Circo Moscow
- Circo Beto Carreiro
- Circo Vostock
- Circo De Roma


Alguns circos SEM animais:
- Circolando - R. Pinto Bessa, 122, Armazém 8 (Porto) - junto à estação de Campanhã; telefones: 225189157 e 934182945
- Kopinxas - Grupo de animação circense (Aveiro) http://www.kopinxas.com/ telefones: 936277013 e 913677966
- Trupilariante Companhia de teatro-Circo (Lisboa) http://www.trupilariante.com , e-mail: trupilariante@trupilariante.com telefone: 218460738 fax: 218 150 688
- Kabong (Porto) - telefone: 962710061
- Cia
- Clawnesca Cara Melada
- Cia Pavanelli: http://www.ciapavanelli.com.br
- Circo da Alegria: http://www.circodaalegria.com.br
- Circo Dança Teatro Intrépida Trup: http://www.intrepidatrupe.hpg.ig.com.br
- Circo Girassol: http://www.circogirassol.com.br
- Circo Gran Bartholo
- Circo Mínimo: http://www.circominimo.com.br
- Circo Navegador: http://www.circonavegador.com.br
- Circo Popular do Brasil
- Circo Spacial: http://www.spacial.com.br
- Circo Teatro Musical
- Furunfunfum: http://www.furunfunfum.com.br
- Circo Trapézio: http://www.circotrapezio.hpg.ig.com.br
- Circo Vox: http://www.circovox.com.br
- Circodélico: http://www.circodelico.com
- Cirque Ahbaui: http://www.cirqueahbaui.com
- Cirque du Soleil http://www.cirquedusoleil.com/
- Companhia Teatral e Circence Trupe Sapeka: http://www.trupesapeka.cjb.net
- Parlapatões, Patifes & Paspalhões: http://www.terravista.pt/ilhadomel/5115


Referências:
http://animaisdecirco.freeservers.com/
http://www.animal.org.pt/
http://www.circuses.com/animals.html
http://www.wolfkatt.freeservers.com/custom3.html
http://fund.org/uploads/fs_ent1.pdf
http://www.urbi.ubi.pt/000530/edicao/emorb_circo.html
http://animaisdecirco.freeservers.com/circos_sem_animais.html


Centro Vegetariano

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