quinta-feira, abril 21, 2011

Crónica: O que Maomé não disse do toucinho dizem os vegan


Há duas semanas um casal francês foi condenado a cinco anos de prisão por ter sido considerado responsável pela morte da filha de 11 meses, que morreu de subnutrição. Só bebia leite materno. Sucede que a mãe era vegan e, como tal, a sua dieta não incluía qualquer tipo de produto de origem animal. O leite da mãe não tinha os nutrientes necessários e a bebé acabou por morrer.

Mas os pais podem ir para o cárcere de consciência tranquila, já que durante todo este processo de definhamento de um ser humano indefeso nenhum animal foi molestado. Nenhuma vaca foi ordenhada, nenhum ovo foi surripiado a uma galinha, nenhum porco contribuiu com uma rodela de chouriço para um caldo verde, nenhum memé foi espoliado da sua lã para fazer botinhas. Nenhum animal foi maltratado. Nem sequer o Lobo Mau da história do Capuchinho Vermelho que contavam à bebé. Na versão vegan, o Lobo Mau não morre. Aliás, nem sequer é mau. Mau é o caçador, que a Capuchinho atrai a casa da avozinha para assassinar, empurrando-o para a lareira. A Capuchinho e o Lobo vivem saudáveis para sempre, alimentando-se das deliciosas verduras da sua horta biológica fertilizada com as cinzas do caçador.

Como este caso há muitos, de fácil consulta na Internet. São relatos um bocadinho impressionantes para os mais sensíveis. Aliás, é curioso que pessoas tão esquisitinhas com a comida que ingerem tenham estômago para assistir ao que acontece aos seus filhos malnutridos. Há niquentos e niquentos.

Ao ler sobre isto, é impossível não pensar nas Testemunhas de Jeová, que se recusam a fazer transfusões de sangue e a deixar os seus filhos fazê-las. Acreditam que o seu Deus proíbe as transfusões e que, ao honrar essa proibição, serão recompensados com a vida além da morte. Para quem acredita nela, a vida eterna pode ser algo por que valha a pena recusar uma transfusão. Chega-se ao além um bocadinho mais pálido, mas é uma permuta razoável. Agora, para um vegan, quando recusa a um filho as proteínas e vitaminas de origem animal, do que é que está à espera em troca? De vir a ser, depois de morto, adubo mais puro do que alguém que papou chicha da boa durante a vida?

Dir-me-ão que não se pode comparar o fanatismo religioso com o veganismo. Concordo. Ao pé do veganismo, o fanatismo religioso é praticado por moderados. Se Abraão fosse vegan em vez de hebreu, Isaac tinha sido mesmo sacrificado, apesar de o mensageiro do Senhor dizer que afinal era para sacrificar um carneiro. Apesar, não: especialmente depois de o mensageiro do Senhor dizer isso.

O problema do veganismo não é só a falta de graça da comida. É também uma contradição insanável na lógica da coisa, que impede o movimento de crescer. A transmissão dos ideais vegan é muito difícil porque, à partida, a bem sucedida catequização dos petizes está posta de parte. É um paradoxo: se um pai quer que o filho seja vegan, não o pode criar como vegan, senão arrisca-se a ficar sem prosélito. A melhor maneira de criar uma criança para vir a ser um bom vegan é com bifes e leitinho. O veganismo não tem pernas para andar. Se tem, estão mal nutridas. Direi que é uma pescadinha de rabo na boca. É uma metáfora representativa deste paradoxo e, ao mesmo tempo, uma imagem que chateia os vegan.


Comentário à crónica 'O que Maomé não disse do toucinho dizem os vegan'

Em nome de João Pedro Santos


Para: zdq@zdquintela.com
Cc: publica@publico.pt
Assunto: Comentário à crónica 'O que Maomé não disse do toucinho dizem os vegan'

Caro José Quintela, 
Após ter lido a sua crónica 'O que Maomé não disse do toucinho dizem os vegan' na revista Pública do passado dia 17/04/2011, achei por bem escrever-lhe por ser vegano há 16 anos e por considerar que o retrato que faz dos veganos é errado, fraudulento e decadente.
O Veganismo é uma filosofia de vida que promove em todas as vertentes do consumismo a proteção aos direitos dos animais, sem prejuizo algum da saúde ou bem-estar humanos. Aliás, o valor 'Vida' Animal e Humana acaba por ser o grande referencial que rege a crescente comunidade vegana em Portugal e no mundo.

O facto de ter surgido um caso isolado de negligência parental em França por um casal vegano, não implica de maneira nenhuma ou invalida todos os pressupostos científicos, sociais, económicos, ambientais e humanitários conquistados pelo Veganismo em mais de 50 anos de existência, a nível mundial.

Penso que é triste fazer um retrato tão simplista e conveniente de uma comunidade que está a ser extremamente relevante no combate às alterações climáticas no planeta, no combate à exploração animal e na promoção de um estilo de vida mais salutar e equilibrado, mas compreendo que humorismo não implica justiça ou sabedoria nas palavras que escreve e que os seus gostos pessoais por 'chicha da boa', como refere na sua crónica, entram claramente em conflito com os ideais do Veganismo e Vegetarianismo.

A par disso, é errado misturar Veganismo que não é vinculado a nenhuma religião com o Islamismo ou com as Testemunhas de Jeová. Mas, mais uma vez se depreende os lugares-comuns em que gosta de cair repetidamente nas suas crónicas: comunidades pequenas e não enquadradas na sua realidade burguesa limitada.

Outro aspeto a salientar é o fato de existirem anualmente milhares de casos confirmados de negligência parental em todo o mundo, sem qualquer ligação ao Veganismo, mas nunca ter dado conta do seu interesse por estas questões centrais em qualquer crónica sua.

Por outro lado, associo mais rapidamente a negligência parental ao alcoolismo, que infelizmente abunda em Portugal, e do qual você também é uma vítima pouco inocente, como pude constatar na notícia do dia 02/01/2008 no jornal Público:
http://www.publico.pt/Sociedade/humorista-jose-diogo-quintela-condenado-a-trabalho-comunitario-por-conduzir-alcoolizado_1315435

Espero sinceramente que tenha resolvido a sua questão com o álcool e que a sua filha Rosa não acabe sendo mais uma vítima inocente do alcoolismo em Portugal.
Quanto ao Veganismo, encontra em qualquer Celeiro em Lisboa chicha-non-carne tipo chouriço de soja ou farinheira de soja, que certamente fará o seu extâse culinário, sem a morte ou sofrimento de animais.

Encontra também em Lisboa, uma panóplia fabulosa de restaurantes vegetarianos e étnicos que o podem iniciar no mundo maravilhoso, mas ainda oculto para si, do Veganismo e Vegetarianismo. A sua saúde, o ambiente e os animais irão estar-lhe eternamente gratos, mesmo que apenas inclua um prato semanal vegetariano.

Se precisar de receitas vegetarianas/veganas simples e acessíveis, aconselho-o vivamente este sitio do Centro Vegetariano, onde pode selecionar receitas por ingredientes, dificuldade, tempo de confeção ou ocasião festiva, etc.:
http://www.centrovegetariano.org/receitas/

Abraço vegano,
João Pedro Santos
Lisboa



Comentários na Nota no Facebook:


Luis Martins 
O Veganismo e o Vegetarianismo são modos de vida que entram em conflito com os padrões tradicionais. A falta de informação do cidadão "comum" acerca destes temas leva-os a dizer asneiras e interpretar mal factos. Mas é preocupante que se comece a associar o Veganismo a certas correntes religiosas. Será mais uma arma de arremesso que estão a fornecer aos detratores do Veganismo, o factor religioso. Infelizmente é bastante vulgar vêr na comunidade vegan argumentos religiosos a tentar justificar o que só a Ètica pode fazer de forma universal. A introdução de argumentos religiosos só prejudica a divulgação do Veganismo e a prova disso está neste artigo.


A religiosidade de cada um é algo de pessoal. Todos tem o direito de acreditar naquilo que sentem ser a sua fé. Mas transpor essa fé para a argumentação duma filosofia (Veganismo) que é universal, que é comum a pessoas de todas as classes, de todas as raças, crentes e não crentes, é um factor que serve para criar divisões, e pior que isso, é um factor que é usado pelos que nem sequer sabem o que é para tecer criticas.
Respeitar todos os seres vivos é perfeitamente explicavel duma perspectiva Humana, racional, e lógica. Não fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós, entender que as nossas acções causam sofrimento desnecessário, compreender o que os outros sentem, são factos bem reais, culturais, filosoficos e morais que todos podem aprender e reconhecer sem entraves de qualquer especie.



Helena Avelar 

Muito bem respondido! Adorei o comentário sobre alcoolismo... ;) E o da "realidade burguesa limitada" está demais - e é tão verdadeiro!... :?
Agora, tenho também de concordar que por vezes surgem, associados ao veganismo, certos elementos de postura fanática que em nada favorecem a causa. As atitudes intransigentes e proselististas não atraem as pessoas, afastam-nas. Como disse o Luís no comentário anteiror (e muito bem!) é a Ética pode justificar estas escolhas. E essa é universal.


M De Lourdes Carapelho 
Ele pensou que estava a escrever uma crónica humorista.... será?
Então, cá pra mim tem os dias contados. Tão novinho e com uma mentalidade tããão medieval. Qualquer dia fazem perseguições aos veganos quais bruxas do séc. XV tal como querem "crucificar" todos os vegan@s devido ao acontecimento do casal francês, como se os casais e famílias omnívoras não fossem abusadores, negligentes e violentos com os seus filhos. Mas desses não vejo parangonas nem são sequer julgados pelos seus actos.
Será que alimentar os filhos SÓ com comida "plástica", processada e industrializada, responsável pela obesidade quase mórbida das crianças ainda em idade pré-escolar NÃO É CRIME???
Ou mudam as mentalidades ou são obrigados a mudar.... Não mudam com Amor, mudam pela dôr!!!
leiam os artigos - http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/utentes/obesidade/23_de_maio_-_dia_nacional_da_luta_contra_a_obesidade
http://www.adexo.pt/2004.html

Tenho que arranjar uma maneira de o calar de vez e obrigar a retratar-se e pedir desculpa aos milhares de vegan@s!!!
Pensa que tem graça?? Engana-se!

Consegui arranjar em papel. Uma pérola da ignorância de um humorista armado em "doutor".
Quando é que pessoas que se acham "vedetas" e com direito de opinião pública se abstém de comentar em relação a assuntos os quais desconhecem completa e totalmente!
Tal como existem falsos profetas também existem falsos geradores de opinião que pensam ter o direito de comentar, na sua ignorância, temas que os ultrapassa.
Sempre ouvi dizer, cada macaco em seu galho, mas os portugueses pensam que podem falar de tudo e fazer de tudo para o qual não tem as minimas competencias!!!
Por isso somos muito bons a fazer asneiras...

Veganismo é mais do que uma opinião, é uma "cultura" que se aprende, e como diz o Poeta, "Primeiro estranha-se, depois entranha-se..."
Não é vegano quem quer, é quem pode e sabe abraçar de alma e coração uma filosofia de vida que ultrapassa uma mudança na alimentação, é uma mudança de mentalidades.
O veganismo é uma paixão motivada pela ética, pela compaixão e respeito aos Direitos dos Animais não humanos.

Mauricio Pereira 

já havia dito no forum "Vegetarianismo / Veganismo e Direitos dos Animais" que na volta José Diogo Quintela estaria sob o efeito do álcool quando fez esta crónica!
Isto após ler esta resposta.
Agora que finalmente li a crónica do José Diogo Quintela posso afiançar que, seguramente, estava sob o efeito do álcool

Luis Aires d'Almeida 

José Diogo Quintela, um pobre coitado, magicamente arrancado da sua dormente e insignificante existência, vê-se de súbito projectado para a por demais "incómoda" condição de "vedeta" com a sua participação no programa Gato Fedorento onde, tal como Miguel Góis e Tiago Dores, sobrevive à sombra do inegável talento de Ricardo Araújo Pereira. Com o advento da fama, seguem-se as campanhas publicitárias, com especial relevo para os anúncios da MEO nos quais, e mais uma vez, não é difícil perceber que o senhor Quintela continua igual a ele próprio ou seja, um simples gato fedorento. Com o aparecimento de novas oportunidades, chegaram também novas exigências e nesse domínio, foi visível o esforço feito pelo "famoso" no sentido de melhorar a sua imagem televisiva de modo a deixar de ser conhecido como "o gordo", apodo vulgarmente usado por todos quantos, desconhecendo o seu nome, a ele se referiam nos primórdios da sua meteórica ascensão a "figura pública". Infelizmente, se a perda de uns quilitos supérfluos contribuiu em grande parte para melhorar a sua abalada auto-estima, há quem garanta que a mesma terá de igual modo contribuído para agravar a dilatação do seu inflamado ego, responsável pelas crises de flatulência pseudo-intelectual que ultimamente o têm acometido. Por último, e a fazer justiça à prática que dita que a uma "figura pública" emergente são garantidas todas as oportunidades, ei-lo como membro do júri no concurso televisivo Portugal Tem Talento, a falar daquilo que menos entende e por conseguinte, a abandonar de quando em vez o estatuto de "figura pública" para abraçar por momentos a deprimente condição de "figura triste". Enfim, será este entre outros, o preço a pagar por todos quantos ajudam a criar estas vedetas feitas à pressão, próprias de um país pequenino onde a maioria dos "famosos" aparecem como a mousse instantânea ou seja, basta juntar água.
José Diogo Quintela, muito embora com algumas diferenças positivas relativamente à maioria dos labregos inexplicavelmente elevados à condição de famosos, acaba todavia por se enquadrar no mesmo grupo quando, por via da presunção e da vaidade, quer à viva força deixar de ser sapateiro e por assim dizer, ir além da chinela. Este senhor, por inerência do tipo de programas nos quais participou, terá adquirido a falsa ideia de que depois do "Gato Fedorento" só mesmo o Dilúvio, e que por isso mesmo não existem limites nem barreiras que se oponham á sua crítica mordaz, irónica, inconveniente e por vezes ofensiva. Só assim se compreendem as razões que desta feita o terão levado a assinar uma peça na qual, de um modo completamente despropositado e ofensivo, decide implicar com veganos e vegetarianos só porque lhe deu na real veneta. À semelhança de outras investidas menos conseguidas no domínio das crónicas de pacotilha que assina, também esta, para não fugir á regra, de novo remete o senhor Quintela para a condição de perdulário ao desperdiçar uma, mais uma, excelente ocasião para estar quieto e calado e assim fazer boa figura.

"Diz que é uma espécie de comediante " porém, eu acho que ele é mais um idiota a juntar a muitos outros que infelizmente por aí abundam.

Silvia Peixe

O Sr. José Quintela anda muito ignorante mesmo.O vegetarianismo é o melhor para o Homem e para todos e não tem nada a ver com religiões, é um hábito alimentar não tradicional.

Paulo Borges 

Confrangedora ignorância...





Gostaria que lessem este artigo excelente de um amigo que é o meu nutricionista/orientador de nutrição vegana e do meu neto, mesmo à distância e nunca tive qualquer problema, pelo contrário, sou vegana e mais saudável hoje do que era porque o meu medicamento é o meu alimento, como disse Hipócrates, o pai da medicina.

Desinformação
Crianças veganas desnutridas e a responsabilidade dos pais
03 de abril de 2011


Por George Guimarães* (da Redação)

A imprensa mundial trouxe ao conhecimento do público no final do mês de março de 2011 a notícia sobre a acusação de homicídio que está sendo levantada contra os pais de uma criança vegana de 11 meses de idade que veio a óbito por desnutrição, o que de fato foi confirmado por meio da autópsia. Segundo a notícia, além de alimentar a filha sem o uso de ingredientes de origem animais, o casal também recusava fazer uso de tratamentos alopáticos, o que teria contribuído para o incidente. O casal já cumpriu quatro meses de prisão provisória e aguarda em liberdade o julgamento.

Essa não é a primeira vez que um casal vegano é responsabilizado pela morte de um filho. No mês de maio de 2007, um casal vegano norte-americano foi condenado pela morte de um bebê de 3 meses por tê-lo alimentado apenas com leite de soja e suco de maçã, privando-o do leite materno, essencial para qualquer recém-nascido independente das escolhas alimentares de seus pais. Sejam os pais vegetarianos, onívoros ou crudívoros, nenhuma dessas escolhas descarta a necessidade do leite materno ou (na impossibilidade desse) a sua substituição por uma fórmula infantil adequada.

Em ambos os casos, apesar de a morte da criança ter sido ocasionada pela irresponsabilidade e desinformação dos pais, e não pela dieta em si, muitas foram as críticas ao veganismo geradas a partir dos fatos. Dentre as repercussões negativas e desinformadas, a mais severa foi sem dúvida a carta ao editor publicada no dia 21 de maio e 2007 no jornal norte-americano The New York Times. No texto, a autora Nina Planck basicamente acusa de serem irresponsáveis todos os pais que oferecem uma dieta vegana aos seus filhos.
Semanalmente, eu atendo crianças vegetarianas em meu consultório. Além disso, eu convivo com a comunidade vegetariana fora do consultório e com isso já tive a oportunidade de conhecer dezenas de crianças vegetarianas. Uma criança tem tanta possibilidade de seguir uma dieta vegetariana quanto um adulto. A viabilidade de uma dieta vegetariana (sem ovos e laticínios) fato já está bem esclarecida.

A dieta vegetariana não apenas é saudável, mas ela também ensina às crianças, desde cedo, hábitos diários que estão imbuídos de compaixão e respeito ao planeta e a outras formas de vida. Também sabemos que ela é cientificamente viável, já que associações dietéticas (não-vegetarianas) internacionais aprovam a dieta vegetariana para qualquer fase da vida, desde que bem planejadas. Não podemos deixar de notar também que uma dieta vegetariana é mais saudável do que a dieta típica ocidental, repleta de gordura saturada, colesterol, alimentos refinados e pobre em fibras. Por que então os irresponsáveis são os pais veganos e não também os onívoros?

Por fim, é interessante notar que a Sra. Nina Planck, autora do artigo no The New York Times, está ligada à Weston Price Foundation, um grupo lobista que se aventura em campanhas contra a soja e contra o veganismo, além de militar em campanhas pró-carne e pró-laticínios. Isso é de certa forma um reconhecimento da força que o vegetarianismo expressa enquanto mercado, ferindo aqueles a quem não interessa ver difundidos hábitos de vida mais saudáveis.
Nessa batalha, a nossa principal arma é a informação. Apesar de falhos, estes argumentos conseguem boa inserção na sociedade por meio da mídia, que é justamente onde precisamos estar atentos. A informação científica sobre o tema é clara: com o devido cuidado e planejamento, a dieta vegetariana (sem ovos e sem laticínios) é perfeitamente viável para crianças de qualquer idade.

O planejamento nutricional é essencial em qualquer estilo alimentar e isso não é um sinal negativo em relação ao veganismo. Para começar, as crianças veganas devem receber aleitamento materno até os seis meses de idade. Se por ventura isso não for possível, apenas fórmulas infantis industrializadas, adequadas a essa fase da vida, devem ser oferecidas ao recém-nascido. A partir do início da alimentação sólida, os nutrientes que merecem atenção em uma dieta vegana infantil são a vitamina B12 (encontrada em alimentos fortificados ou suplementos), o ômega-3 (encontrado no óleo de linhaça), a proteína (encontrada nas leguminosas e nas castanhas), o ferro (abundante nas frutas, vegetais verde-escuros, no melado-de-cana, nas castanhas e nas leguminosas) e o cálcio (encontrado nas mesmas fontes de ferro, basicamente).

Outro ponto importante é a ingestão calórica. Como os vegetais contêm mais água e mais fibras, a saciedade oferecida por uma dieta isenta de produtos de origem animal é maior e com isso a ingestão calórica pode acabar sendo demasiadamente reduzida. O segredo é incluir na dieta os alimentos vegetais mais calóricos (como as castanhas, por exemplo) e não exagerar nas fibras, devendo ser excluídos da dieta vegetariana infantil os farelos e outras fibras adicionadas. Isto garante que a saciedade será acompanhada uma boa densidade calórica e nutricional.

Os estudos científicos apontam que a dieta vegetariana infantil não apenas é possível, mas também muito saudável. Enquanto os pais de crianças vegetarianas devem buscar a informação e orientação adequadas para auxiliá-los no planejamento nutricional de seus filhos, eles devem ao mesmo tempo procurar manterem-se refratários às opiniões baseadas em mitos populares ou interesses daqueles que lucram perdendo de vista a saúde da população.


Fonte: ANDA




1 comentário:

  1. O sentido de humor decadente dá fome, entendo que uma vedeta de um programa de acrobatas, que se repete a cada domingo, gastando uma imagem que sempre foi de boleia dos talentos dos outros, acredite que não precisa de conhecimento de causa, para atacar a opinião dos outros... um pedido de desculpas seria no mínimo desejável. Lançando também eu uma chalaça infantil, vejo o Zé Diogo depois de mais uns copos no bairro alto, a chegar-se perto de um espelho mágico, perguntando: Alguém tem mais graça do que eu ? O Espelho responde... só mesmo a Barbara Guimarães! :)

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