terça-feira, julho 20, 2010

Animais com cérebros grandes têm maior longevidade

Vida mais longa aumenta hipóteses de reprodução


Tamanho da cabeça do elefante relacionado com longevidade
Tamanho da cabeça do elefante relacionado com longevidade
Um estudo, publicado noJornal of Evolutionary Biology, revela que os animais com cérebros maiores têm uma vida mais longa. Na investigação foram analisadas 493 espécies de mamíferos e confirmou-se as vantagens de possuir um cérebro maior.

César González-Lagos, autor principal do estudo e investigador no Centro de Investigação Ecológica e Aplicações Florestais (
CREAF) da Universidade Autónoma de Barcelona, explica“Considera-se uma das vantagens da selecção natural possuir um cérebro grande por facilitar o desenvolvimento de novos comportamentos para responder a desafios ecológicos que o indivíduo não experimentou antes, como uma redução súbita dos alimentos ou o aparecimento de um novo predador”.

Os resultados do estudo revelam que “as espécies que desenvolveram cérebros maiores vivem mais anos do que as que têm cérebros mais pequenos, e portanto podem reproduzir-se mais vezes”, realça o autor.

Se um cérebro maior protege o animal, isto tende a traduzir-se numa melhor sobrevivência e uma vida mais longa. Segundo esta hipótese, o cérebro teria um papel protector que permitiria reduzir a mortalidade e prolongar a vida reprodutora dos animais, de modo a compensar os custos energéticos e de desenvolvimento associados a um cérebro de grande dimensão.

A equipa analisou 493 espécies de mamíferos procedentes de distintas regiões do planeta. Segundo a hipótese acima referida, as evidências previstas no estudo são correlativas, ou seja, não indicam necessariamente causa-efeito.

Regiões e ancestrais

César González-Lagos
César González-Lagos
No entanto, as análises sugerem que a relação entre o cérebro e a longevidade não se deve apenas ao facto das espécies com cérebros maiores tenham um desenvolvimento mais lento, vivam determinadas regiões ou compartam os mesmos ancestrais evolutivos.

“Como a extensão do período de vida é central em muitas hipóteses sobre as vantagens de desenvolver cérebros grandes, estes resultados oferecem uma base sólida a seguir para construir uma teoria geral sobre a evolução do cérebro”,conclui César González-Lagos.



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