sábado, março 13, 2010

Portugueses preferem exóticos - Globo - DN



Portugueses preferem exóticos
Aves exóticas, répteis, anfíbios e primatas são os principais alvos dos gostos extravagantes dos portugueses que compram animais ilegais. América do Sul e África são os locais de onde são provenientes a grande parte destas exportações. "Portugal é uma porta de entrada pelo relacionamento entre nós e os países desses continentes. Desta forma há mais voos regulares que permitem que os ovos e animais sejam trazidos para o nosso país", diz João Loureiro do ICNB.

Dados do Instituto de Conservação da Natureza indicam que as apreensões de animais ilegais variam a cada ano. Se em 2007 houve um aumento de 275 para 363 apreensões, no ano de 2008 esse número caiu para 318.
O número de apreensões feitas nas estradas ou através de denúncias indica que a "saída e entrada de animais ilegais no território nacional é baixa", explicou ao DN o tenente-coronel José Grisante, do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), da Guarda Nacional Republicana. Mas conta que até já encontrou pessoas que tinham leões em casa. "Foi um caso pontual", acrescenta.
"Portugal, devido à geografia, é um importante ponto de passagem de animais [que chegam sobretudo de avião]. Já foi mais, pois antigamente era mais fácil trazer embriões ou ovos de espécies proibidas", diz Rita Silva, da associação ANIMAL, que lamenta a falta de locais para receber as apreensões. "São enviados para os jardins zoológicos, que por vezes têm piores condições ."
O Decreto-Lei 211/09 veio criminalizar as actividades ligadas ao tráfico de animais exóticos, pressionando os proprietários e aumentando as denúncias. "Há pessoas que compram cobras que crescem até se tornar incomportável tê-las em casa. Muitas das denúncias surgem porque alguém se queixa que tem uma cobra perigosa no jardim. No fim descobrimos que foi o vizinho que a deitou no quintal", conta o tenente-coronel.
Outras pessoas preferem abandoná-las em locais em que pensam que o animal vai conseguir sobreviver. "Têm uma tartaruga que cresce demais e vão deitá-la num lago. Mas esse não é o seu habitat e são poucas as hipóteses de sobrevivência. Podem ainda prejudicar as espécies que lá habitavam", diz.

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