Apoiantes do 'sim' defendiam medida para melhorar aplicação da legislação, que é uma das mais protectoras do mundo
Antoine Goetschel vai continuar a ter uma profissão única na Suíça depois de ser chumbada, em referendo, a criação do cargo de advogado dos animais em todos os 26 cantões da Confederação Helvética. O país, que tem uma das legislações mais protectoras do mundo, votou em massa (70,5%) contra a proposta, apresentada pela Protecção dos Animais, rendendo-se talvez ao argumento de que isso representa um desperdício do dinheiro dos contribuintes.
"Os suíços disseram claramente que as nossas leis de protecção dos animais são tão boas que não precisamos de advogados dos animais", disse o deputado centrista Jakob Buechler. A paixão dos suíços pelos animais é tal que o primeiro referendo no país, em 1893, aprovou a proibição do abate ritual praticado pelos judeus, segundo o jornal L'Hebdo.
A legislação que entrou em vigor em 2008 diz, por exemplo, que os peixes de aquário não podem ser lançados vivos nas sanitas; que os animais "sociais", como periquitos ou hamsters, têm que ter um parceiro na gaiola; que vacas e cavalos têm de fazer exercício regular fora dos estábulos; e que os donos dos cães têm que fazer um curso sobre como cuidar deles.
Apesar de tudo, a lei não é cumprida. Só assim se explica que em Zurique, onde desde 1992 há um advogado dos animais, Goetschel tenha a seu cargo todos os anos cerca de 200 processos. Mas nos outros cantões o número não ultrapassa a meia dúzia. Os defensores do "sim" viam na vitória uma forma de melhorar a aplicação da lei e de diminuir os casos de maus tratos, de forma preventiva.
"Em caso de processos, as pessoas cruéis com os seus animais podem contratar um advogado, enquanto a vítima não tem ninguém que a defenda", afirmou Goetschel, citado pelo Le Parisien. "Eu estou lá para isso e se uma decisão não me satisfaz posso recorrer." Não se sabe contudo o que fez após perder o processo contra um pescador, denunciado uma associação de defesa dos animais por ter demorado dez minutos a pescar um lúcio do Lago de Zurique, aumentando-lhe o sofrimento.
Além de não contar com o apoio do Governo, que apelou ao voto no "não" , os defensores dos animais enfrentavam ainda o lobby dos produtores de gado e leite. Hans Staub disse à BBC que temia mais burocracia. "Sempre tratei os meus animais com dignidade porque isso faz parte do meu trabalho", indicou Staub, cujas vacas têm todas nomes de cidades, estão bem alimentadas e limpas.
Link: Advogados para animais mal tratados em referendo na Suíça
Link: Alain Delon é a favor de advogados de defesa dos direitos dos animais
Pré-visualizar: Advogados para animais mal tratados em referendo na Suíça
via JNOs suíços podem hoje, domingo, pronunciar-se, em referendo, sobre a possibilidade de os animais domésticos e de quinta serem representados por advogados em caso de maus tratos ou negligência.
A iniciativa é da liga suíça de protecção animal, que reuniu as 100 mil assinaturas necessárias para que o referendo se tornasse obrigatório e argumenta que os maus tratos dos animais não são levados a sério e que as autoridades não chegam a levar estes abusos a tribunal.
A face desta campanha é o activista dos direitos dos animais Antoine Goetschel, que se tornou o modelo do advogado dos animais defendido na iniciativa que vai agora a referendo.
Nomeado para o cargo no cantão de Zurique em 2007, o advogado funciona como um procurador, representando os interesses do estado em casos de bem-estar animal.
Desde então tem trabalhado em diversos casos, desde uma mulher que tinha 149 gatos até um pescador que deixou um peixe a lutar na linha durante demasiado tempo.
Num país que é já um dos mais avançados nos direitos dos animais, nem todos estão de acordo com a iniciativa agora a votos. Agricultores, caçadores e criadores de animais têm manifestado a sua oposição, afirmando que resultará em mais legislação e regras mais rígidas e alguns opositores já lançaram uma campanha intitulada "Não aos inúteis advogados dos animais".
O próprio governo suíço recomendou aos eleitores que rejeitem a proposta, defendendo que os advogados dos animais são desnecessários e que as leis existentes são suficientes.
Em Portugal, a presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais afirmou que a "única forma" de defender os animais é nos tribunais, mostrando-se a favor do referendo suíço.
"Fiquei muito contente por saber que isso vai acontecer, porque os animais têm realmente necessidade de ser defendidos", disse à agência Lusa Maria do Céu Sampaio.
"Se temos a defesa do ambiente, também temos de ter a defesa dos animais, que são seres vivos, que sofrem e, por conseguinte, merecem respeito", advogou.
Para Maria do Céu Sampaio, a "única forma" de defender os animais é pela "base jurídica" e, nesse sentido, espera que "o referendo vá avante".
A iniciativa é da liga suíça de protecção animal, que reuniu as 100 mil assinaturas necessárias para que o referendo se tornasse obrigatório e argumenta que os maus tratos dos animais não são levados a sério e que as autoridades não chegam a levar estes abusos a tribunal.
A face desta campanha é o activista dos direitos dos animais Antoine Goetschel, que se tornou o modelo do advogado dos animais defendido na iniciativa que vai agora a referendo.
Nomeado para o cargo no cantão de Zurique em 2007, o advogado funciona como um procurador, representando os interesses do estado em casos de bem-estar animal.
Desde então tem trabalhado em diversos casos, desde uma mulher que tinha 149 gatos até um pescador que deixou um peixe a lutar na linha durante demasiado tempo.
Num país que é já um dos mais avançados nos direitos dos animais, nem todos estão de acordo com a iniciativa agora a votos. Agricultores, caçadores e criadores de animais têm manifestado a sua oposição, afirmando que resultará em mais legislação e regras mais rígidas e alguns opositores já lançaram uma campanha intitulada "Não aos inúteis advogados dos animais".
O próprio governo suíço recomendou aos eleitores que rejeitem a proposta, defendendo que os advogados dos animais são desnecessários e que as leis existentes são suficientes.
Em Portugal, a presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais afirmou que a "única forma" de defender os animais é nos tribunais, mostrando-se a favor do referendo suíço.
"Fiquei muito contente por saber que isso vai acontecer, porque os animais têm realmente necessidade de ser defendidos", disse à agência Lusa Maria do Céu Sampaio.
"Se temos a defesa do ambiente, também temos de ter a defesa dos animais, que são seres vivos, que sofrem e, por conseguinte, merecem respeito", advogou.
Para Maria do Céu Sampaio, a "única forma" de defender os animais é pela "base jurídica" e, nesse sentido, espera que "o referendo vá avante".
Suíça vai fazer referendo sobre advogados para animais
Os suíços vão votar neste domingo (7) em um referendo para decidir se o país dever nomear advogados para representar os animais no tribunal. Se aprovado, gatos, galinhas, porcos e outros animais em toda a Suíça terão direito a um representante legal.
Segundo a revista alemã “Der Spiegel”, o assunto irá à votação após uma entidade de defesa dos animais da Suíça, a “Swiss Animal Protection” (STS), conseguir reunir 100 mil assinaturas necessárias para o referendo ser realizado.
A STS espera que a nomeação de advogados especiais para representar os animais nos tribunais ajude a conscientizar as pessoas sobre a importância de respeitar os direitos dos animais.
A proposta, porém, não é um consenso na Suíça. Os agricultores e criadores de animais manifestaram sua oposição à ideia, pois acreditam que ela irá resultar em uma legislação e regras mais restritas.
Fonte: G1LPDA: «Única forma» de defender os animais é nos tribunais
A presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais afirmou hoje que a «única forma» de defender os animais é nos tribunais, mostrando-se a favor do referendo que a Suíça realiza domingo para os bichos poderem ser representados por advogados.
Os eleitores suíços irão decidir no domingo se os animais domésticos e de quinta devem ser representados por advogados quando são vítimas de abuso e negligência.
Esta iniciativa foi aplaudida pela presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais (LPDA), Maria do Céu Sampaio: «Fiquei muito contente por saber que isso vai acontecer, porque os animais têm realmente necessidade de ser defendidos», disse à agência Lusa.
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