sábado, maio 21, 2016

Carta aberta a Miguel Sousa Tavares

Carta Aberta a Miguel Sousa Tavares
Exmo Senhor Dr. Miguel Sousa Tavares
Palavras suas: “(…) até ver, um homem não tem necessariamente de ser um burro. Mas alguns tentam (..)” ... e devo eu dizer que conseguem mesmo!
Aqui “o problema” não é “quando conseguem”, porque está provado que conseguem, sem desprimor para as dóceis criaturas, que valem mais do que muitos doutores.
Escreveu Vossa Excelência mais uma crónica que prova muitas coisas. Gostaria de poder dizer-lho pessoalmente, cara a cara, albarda contra capa, porque me apraz mais um bom burro do que um mau doutor. Portanto, antes de iniciar qualquer consideração deixo-lhe de imediato o repto: aceite um debate.
Pare de se esconder no comentário solitário, sem contraponto e apenas anuência de um pivot, pare de escrever solilóquios no conforto da sua cadeira, onde podemos dizer tudo o que nos passa pela fraca cabeça, certos que estamos de que o nosso “estatuto” pressupõe a publicação ad hoc. Faça-se um homem e aceite o confronto com pessoas que consideram o “estatuto” dos animais mais importante do que o seu “estatuto” de “comentador”.
Os problemas “fracturantes” que tanto o incomodam são problemas sociais importantes, claro que não com a “importância” da tourada e da caça, esses ex-libris da cultura humana, porque seria impensável colocar a questão da eutanásia ao seu nível. Diz Vossa Excelência na sua (como chamar-lhe…?) crónica de 14 de Maio passado, que “depois, e como causas destas já vão escasseando” - (que fiquem sabendo as parvas das pessoas que as causas humanas e sociais importantes vão escasseando!) – “os direitos dos animais. É nisso que eles [os políticos e legisladores] estão agora e o espectáculo é deprimente, como seria de prever quando os homens, querendo elevar os animais à condição humana, outro caminho não encontram do que reduzirem-se eles à condição irracional”.
Estará Vossa Excelência por certo a retratar-se, e confesso que foi extremamente bem-sucedido nesse retrato. Outra coisa não seria de esperar de um escritor famoso e filho de uma das maiores poetisas nacionais. Por isso, não duvidemos que é Vossa Excelência maior homem do que Lincoln, para quem não interessava “nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais”, mas é também maior do que Da Vinci, que disse “virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem”, ou mesmo Ghandi que referiu que “a grandeza de uma nação e o seu progresso moral podem ser avaliados pelo modo como os seus animais são tratados”.
Vossa Excelência, Sr. Dr. Miguel Sousa Tavares, é, sem sombra de dúvida, mais importante do que Schopenhauer, que considerava que “a compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de carácter e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem”. Haverá maior crueldade do que a de um homem que remete os animais para a insignificância das “coisas”, negando-lhes o direito a fazerem parte dos “seres vivos”?
Poderá Vossa Excelência ter a humildade de aprender com um Prémio Nobel da Paz? Ou é Vossa Excelência também maior do que Albert Schwweitzer que disse “quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará de o ensinar a amar o seu semelhante”? Não, não é. Pois quem é maior não considera também fracturantes as questões humanas e sociais, como a eutanásia, e também os direitos de gays (por que não? Seremos homofóbicos por sinal?) e o estatuto dos animais (sim, sem aspas!). Creio que ainda ninguém lhe disse, Sr. Dr. Sousa Tavares, mas os animais “também” são seres vivos. Já reparou que os touros escorrem sangue, e que esse sangue é vermelho como o seu e o de todos os seres humanos? Não é verde, nem amarelo, é vermelho. Saberá Vossa Excelência que um animal, para além de sangrar, sente dor como os homens e que como os homens morre?
Terá porventura Vossa Excelência vergonha de dizer que o “destino dos animais é mais importante do que o medo de parecer ridículo” como afirmado pelo grande Emile Zola? Ou também é Vossa Excelência maior e mais importante do que ele?
Sabe quem foi Pitágoras, Sr. Doutor? Sabe que nos seus tempos idos, muito antes deste século XXI em que Vossa Excelência habita, já dizia que “enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor”? E que referia sem vergonha ou medo que “os animais dividem connosco o privilégio de terem uma alma”?
A si, Sr. Doutor, digo-lhe o mesmo que Victor Hugo (sem dúvida um homem muito inferior a si) disse: “Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à Natureza e aos animais”.
Quem pensariam estes homens que eram? Que veleidade teve Charles Darwin (outro ser tão inferior a si) ao afirmar que “a compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana” e que “não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais… os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento”? E S. Francisco de Assis? E Sigmund Freud? E Dalai Lama? E Thomas Edison?
Gente menor, por certo, Sr. Dr. Miguel Sousa Tavares?
Lendo o que escreve, leio a sua alma e o seu carácter. E ao fazê-lo só posso recordar-me das palavras de Mark Twain: “Ao estudar as características e a índole dos animais encontrei um resultado humilhante para mim”. Mas devo ir ainda mais longe, pelo resultado humilhante das suas palavras, ideias e intenções. Devo ir até Clive Staples Lewis (caso não saiba quem é consulte C. S. Lewis -https://en.wikipedia.org/wiki/C._S._Lewis(link is external)) e dizer-lhe abertamente que “se podemos cortar bestas simplesmente porque elas não podem impedir-nos e porque estamos a dar as costas ao direito à vida, então é lógico cortar imbecis, criminosos, inimigos ou capitalistas, pelas mesmas razões”.
Diz Vossa Excelência: “Entendamo-nos, como ponto prévio: alguém que maltrata animais é uma besta [incluímos nesta sua opinião os touros?]. Mas, para obviar a isso, existe uma coisa que se chama educação – não uma coisa que se chama lei.” Vamos, então, dissecar a sua preleção.
Tudo é educação. Vamos eliminar as leis. É uma questão de educação para o assassino, o violador, o pedófilo, o ladrão. Não precisam de leis, precisam de educação. Não é óbvio, Excelência? Tão óbvio como o próprio carácter “educativo” das leis e das regras? Por que temos leis para quem mata um homem e não para quem mata um animal? Porque há “gente”, que me desculpe a verdadeira gente, que continua a pensar, trogloditamente, que quando se conclui, obviamente, que um animal é um “ser vivo” e não uma “coisa” estamos a “humanizar” o animal. Como se apenas os humanos tivessem direito ao estatuto de ser vivo… mesmo quando não o merecem.
Como considera Vossa Excelência um ser vivo que sente dor, angústia, medo, fome, frio, sede, alegria…? Não será um “ser vivo sensível”… “como diz o PAN”, segundo as suas palavras? Sabia que não é só o PAN que o diz e o pensa? São largos milhares de pessoas em todo o mundo, são muitos grandes pensadores, filósofos, políticos, estadistas e até cientistas? Sim, Sr. Doutor, Ciência! Cientistas como os que assinaram o Manifesto de Cambridge (para que possa aprender consultehttp://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf(link is external)), de seu nome técnico “Declaração de Cambridge sobre a Senciência”.
Não vale, de todo, a pena dissecar mais as barbaridades que consegue consecutivamente defender.
Há uma coisa que me aflige, muito: a incapacidade de o Homem pensar e raciocinar. Mantenho, infelizmente, a minha preferência pela porcaria à estupidez… porque a porcaria limpa-se.

IMPORTANTES NOTAS DA AUTORA
1: por falar em estupidez… associar um mosquito ou uma mosca a mamíferos e aves é manifestamente estúpido. E já agora recordemos o que é um Homem, ou Ser Humano se preferirem: é um mamífero! Não é uma criação milagrosa com direito a categoria especial no Universo. É um animal… muitas vezes, como já está provado, menos racional do que o humilde burro e muito menos inteligente do que um cão, um gato, um porco, um golfinho, um cavalo, um touro, e et cetera.
2: E continuando na senda da estupidez, “muitos seres sencientes com vivência associada aos seres humanos” não tem a ver com insectos, Sr. Doutor Miguel Sousa Tavares. Por favor estude, aprenda. Se não sabe o que é senciência, mesmo depois de ler a Declaração de Cambridge sobre a Senciência, diga, que eu terei muito gosto em explicar.
3: Quanto a “vegetarianos neurónios”, pelo menos há quem tenha alguma espécie de neurónios!
4: Qual será a dúvida a revestir a seguinte frase: “tanto homens como animais devem integrar um espaço comum, a ser por todos fruído e partilhado”? Pensará Sua Excelência Miguel Sousa Tavares que vive sozinho neste Planeta, apenas acompanhado pelo seu umbigo? Não. Eu explico: neste Planeta vivem todos os animais, domésticos e selvagens… sendo porventura o mais selvático aquele que dá pela denominação de Homem, um mamífero bídepe e erecto extremamente perigoso e particularmente agressivo, sendo o único animal na Natureza que sofre de vícios e mata por desporto e por prazer.
5: Ainda bem que confessa o “criminoso gozo de matar perdizes, rolas, pombos bravos, tordos, coelhos e outras espécies de caça, assim que a época se apresenta” (…) Bendita época de caça! Meu querido mês de Outubro!”.
Antes fosse ridícula esta bravata, mas é apenas triste. E tão mais triste quanto se atenta que o próprio FBI já inseriu os crimes contra animais na categoria de crimes contra a sociedade, e quando é sabido pelosprofilers (aqueles que fazem os retratos dos assassinos em série, esses mesmo) que “incêndios propositados e crueldade com animais são dois dos três sinais de infância que sinalizam o potencial de um assassino em série” (John E. Douglas, analista do FBI e autor de obras como “The Anatomy of Motive” e “Crime Classification Manual”, entre outras).
Convenhamos… que sensibilidade e bom-senso se pode esperar de um caçador e tauromáquico, ainda por cima tão pouco educado nas referências que faz a um deputado, legitimamente eleito por largos milhares de eleitores? (Eleitores são pessoas, sabe isso, não sabe Sr. Sousa Tavares?!).



por Filomena Marta
animasentiens











1 Aqui em Lisboa, os estivadores do porto entretêm-se numa greve de mês e meio, a juntar aos cem avisos de greve (umas consumadas, outras não, que apresentaram no último ano). Batem-se pelo direito adquirido de serem eles, o seu Sindicato, a determinar quem, quando e por quanto pode trabalhar no Porto de Lisboa, com exclusão de todos os demais. Ou seja, os pais, os filhos, os genros os cunhados e os amigos. Com isso, dão um notável contributo à economia, às exportações e ao Porto de Lisboa. É escusado falar na ilegalidade ou na inconstitucionalidade das suas reivindicações: fiquemo-nos pela sem-vergonha delas. Por acaso os senhores deputados da nação preocupam-se ou ousam preocupar-se com o assunto? Não, a tanto não chega a sua ousadia.

O senhor ministro da Cultura de Cabo Verde e o moçambicano presidente da CPLP escamaram-se muito porque o nosso Presidente Marcelo ousou questionar o êxito do Acordo Ortográfico. Não perceberam que o Presidente da República de Portugal tem o direito (e o dever) de questionar os benefícios para Portugal de um qualquer tratado internacional. E que, por maioria de razão, tem, tratando-se de um acordo internacional que mexe na língua que, desculpem lá, nós criámos, trabalhámos e levámos aos quatro continentes. Acaso os senhores deputados se preocupam com isso? Não, os senhores deputados da nação nem querem ouvir falar do assunto e tanto se lhes dá que uns escrevam assim e outros assado, porque isso não conta para nada na hora de contar votos, na paróquia que eles representam.

O que preocupa então, nos dias que correm, os nossos deputados? Primeiro que tudo, as causas “fracturantes”: os direitos de gays e lésbicas, a co-adopção, as barrigas de aluguer, a eutanásia e o mais que o cardápio fracturante se lembrar de propor. E depois, e como causas destas já vão escasseando, os direitos dos animais. É nisso que eles estão agora e o espectáculo é deprimente, como seria de prever quando os homens, querendo elevar os animais à condição humana, outro caminho não encontram do que reduzirem-se eles à condição irracional. Um burro é um burro, por mais simpático que seja. Mas, até ver, um homem não tem necessariamente de ser um burro. Mas alguns tentam — e o problema é quando conseguem. E quando podem e mandam.

Entendamo-nos, como ponto prévio: alguém que maltrata animais é uma besta. Mas, para obviar a isso, existe uma coisa que se chama educação — não uma coisa que se chama lei. A sensibilidade não se decreta por lei nem se garante por lei. E quando a lei, para melhor se impor, chega ao extremo de estupidez de tentar definir os animais como quase humanos (“seres vivos sensíveis”, como diz o PAN) e ameaçar com cadeia os mal-tratantes, torna-se ridícula, provocatória, imbecil, e logo ineficaz. 
Até ver, um homem não tem necessariamente 
de ser um burro. Mas alguns tentam — e o problema é quando conseguem. E quando podem e mandam

Propõe o PS, por exemplo, que quem maltrate um cão não possa criar galinhas e que quem maltrate um gato não possa criar cavalos. E se eu der um chuto no cu de uma galinha, não posso ter cães? E se esporear de mais um cavalo não posso ter gatos? Na mesma linha de raciocínio, também o PAN e o BE acham que o novo crime proposto de “animalicídio” seja extensível a “todos os animais sencientes cuja vivência está associado aos seres humanos”. Com penas de prisão de dois a três anos. Eu, por exemplo, devo confessar que passo as férias de Verão no Algarve e nas noites de sueste a matar tantos mosquitos quantos alcanço e todo o mês de Setembro a matar moscas, segundo vários métodos de exterminação em uso, e sem querer saber se a sua vivência está associada à minha. E que uma vez até, juntamente com um amigo caçador, montámos um rastilho de pólvora até à entrada de um ninho de formigas de asa, daquelas trazidas pelo vento quente de Marrocos, chegámos-lhe fogo e delirámos de alegria quando vimos o ninho explodir e centenas ou milhares de formigas levantarem voo no ar. Quantos anos de prisão, em cúmulo jurídico por cada animalicídio de formigas, me estariam reservados pela nova lei? Mas depois, tendo em conta a sobrecarga prisional com seres humanos, qual o sentido de me enfiarem numa prisão, onde consta que muitos “seres sencientes com vivência associada aos seres humanos” — tais como formigas, piolhos, percevejos e até ratos — abundam por ali, à mercê dos criminosos animalicidas?

Justamente, esta questão das “formigas, moscas e etc.” é a única que pareceu “porventura excessiva” ao Conselho Superior da Magistratura, chamado a dar um douto parecer sobres os projectos legislativos do PAN e dos demais, política e correctamente amedrontados, parceiros legislativos. Mas também, reconheça-se, os doutos magistrados salvaguardaram das penas da lei os animalicidas de animais mortos em “actividades pecuárias ou cinegéticas” (e, já agora, acrescento eu, de pesca), “sob pena de conversão forçada dos humanos ao vegetarianismo” — (haja Deus: vocês já viram a cara do deputado André Silva, do PAN, já viram funcionar aqueles vegetarianos neurónios?). Mas, no mais, os doutos magistrados estão, também eles, rendidos à causa, que vêem como “uma problemática de acrescida importância recentemente, tendo em conta a consabida autonomização do Direito dos Animais” (as maiúsculas e o luminoso português são de sua autoria). Aliás, os doutos não têm dúvida de que “tanto homens como animais devem integrar um espaço comum, a ser por todos fruído e partilhado” (na esteira do que pretende o PAN, que está a ensaiar a tentativa legislativa de nos fazer partilhar com os sencientes animais supermercados, centros comerciais, restaurantes e o que demais). Aliás, sempre um passo à frente, o CSM proclama que “a única maneira de cortar com o círculo de exploração animal seria preconizar a abolição do estatuto de propriedade sobre os animais, assumindo-se a titularidade dos direitos aos animais, tal como sucede com as crianças”. Não posso estar mais de acordo: isto é como a libertação dos escravos no século XIX, ou como a libertação, que urge, dos canários das gaiolas ou dos peixes dos aquários, ou até dos cães das marquises — onde permanecem cativos às mãos dos amigos dos animais. Depois, é certo, resta a questão, prática e mesquinha, do destino a dar aos animais resgatados da escravatura dos animalicidas. Há quem proponha que eles sejam entregues a “um familiar que não coabite com o arguido” e há quem proponha que eles sejam declarados “perdidos a favor do Estado”. Pois, porque não: os gatos para o MNE, os periquitos e canários para o Ministério da Cultura e os cães para o CSM. Ah, e as moscas e mosquitos para o Ministérios das Finanças.

Por mim, podem mandar já a dupla Rosário Teixeira/Carlos Alexandre buscarem-me a casa, porque eu confesso tudo à partida, sem necessidade de escutas telefónicas nem “Panama Papers”: além de exterminar todas as moscas, mosquitos e formigas que me passam ao alcance, ainda tenho o criminoso gozo de matar perdizes, rolas, pombos bravos, tordos, coelhos e outras espécies de caça, assim que a época se apresenta. E, agora, ainda tenho o gozo acrescido de, cada vez que oiço aquele som “pan, pan” da minha espingarda, imaginar o deputado André Silva, do PAN, a ser atingido por um repolho ou uma abóbora em plena cara, todo ele coberto de pevides, talos e sementes de clarividência. Bendita época de caça! Meu querido mês de Outubro!

2 Eu também tenho o direito de escolha, em matéria de saúde: mesmo havendo um hospital público nas imediações, tenho o direito de escolher ser tratado no Hospital da Luz ou da CUF, e que o Estado (os outros otários contribuintes) paguem a diferença de preço para o tratamento no SNS. Julgo que nem a Igreja Católica nem os senhores dos colégios privados poderão pôr em causa o meu direito. Não é assim?

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia 

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