terça-feira, novembro 01, 2011

Debate: "Corrida de toiros: Sim ou Não" - 'Você na TV' 31 de outubro



Citação de Miguel Marques sobre os bastidores pós-debate.

Importante a ter em consideração:
"Infelizmente, durante o debate não tive oportunidade de explicar em directo ao Joaquim Grave porque é que ele tem estado a propagar uma mentir odiosa quando cita o texto do Illera como sendo um estudo científico, mas depois de ver a forma como o senhor ficou descomposto quando no final do programa me dirigi a ele com os vários artigos e referências (incluindo o artigo não cientifico do Illera) impressos para lhe oferecer e lhe explicar porque é que nada daquilo é ciência ou conclusões legitimas sobre os resultados obtidos, fiquei ainda mais triste por não o ter conseguido fazer; adorava ver o senhor a descompor-se e enterrar-se em palavras que só demonstravam ignorância a acontecer em directo...
Espero que hajam futuras oportunidades para o fazer (ou que o senhor ganhe um pouco de respeito pelas ciências e não volte a citar tal estupidez). "


por Pedro Ribeiro
"Em várias páginas virtuais dedicadas à actividade tauromáquica, os aficionados consideram que o debate que teve lugar hoje na TVI foi um "empate".
Decidi partilhar algumas considerações relativas ao assunto. 
Dificilmente se pode considerar que o debate ficou empatado em termos de qualidade de argumentação e validade de argumentos.
O Dr. Grave regurgitava, mais uma vez, o "estudo" relativo ao bem-estar animal, apoiando-se em considerações científicas, morais e éticas. Cientificamente, o consenso determina que o touro sofre. Muito e desnecessariamente. Logo, o estudo é inválido.
Moral e eticamente, o "estudo" do Dr. Grave peca pela raiz, pois é imoral e eticamente reprovável elaborar um estudo enviesado, que não tem o propósito de explicar resultados obtidos através da observação científica, mas sim propositada e parcialmente destinado a legitimar a grotesca actividade tauromáquica.
O Sr. Milheiro também contribuiu para a derrota dos aficionados, ainda que involuntariamente. Quando tentava estabelecer absurdos paralelos entre os subsídios aplicados a espectáculos culturais e às touradas, - como se fosse tudo a mesma coisa - admitiu a injecção de dinheiros públicos e a necessidade dos mesmos para financiar a tauromaquia. Porém, os aficionados têm o recorrente discurso que a tauromaquia é auto-suficiente, que é lucrativa e que é o 2º espectáculo com mais espectadores em Portugal. A contradição é evidente. Se o dinheiro do erário público é necessário para a subsistência das actividades tauromáquicas, então, elas não são lucrativas e auto-suficientes. 
Os aficionados perderam novamente. A posição deles assenta em duas premissas evidentes:
- Têm interesse económico na continuação da actividade tauromáquica, essa é a real motivação dos promotores da tauromaquia.
- Consideram que os animais não têm direitos, logo, é legítimo todo e qualquer tratamento que o Homem decida ter para com eles. 
A sociedade actual não aceita nenhuma das duas premissas. A maioria da população portuguesa não quer a continuação dos espectáculos tauromáquicos em Portugal. E a maioria da população portuguesa certamente não quer pagar do seu bolso algo de que discorda e que quer ver erradicado.
Foi ainda interessante ouvir a opinião do Sr. Diogo Monteiro, que considera que o movimento de abolição das touradas é tudo uma espécie de grande conspiração de um grupo de veganos. Caiu no absurdo.
Os promotores da tauromaquia e os aficionados têm interesses pessoais de várias naturezas na actividade tauromáquica. Desde o interesse económico, o plano social, o aproveitamento para fins de entretenimento, etc.
Os defensores da abolição das touradas não têm qualquer interesse pessoal. Nada ganham pessoalmente com o fim das touradas. Pretendem defender animais inocentes, sem voz e sem voto na matéria. O interesse dos defensores da abolição das touradas é completamente abnegado e altruísta. Ganham os animais, não as pessoas.
O silêncio e a apatia favorecem sempre o opressor, nunca a vítima. Queremos mudar isso, queremos defender a vítima. É isso que nos move.
O debate soube a pouco, mas foi uma clara vitória daqueles que pretendem ver a tauromaquia abolida em Portugal."


ECOS DO DEBATE NA TVI: PRO OU ANTI TOURADA !
por Manuel Alves
Os aficionados da tourada disseram, tal como os defensores do fim da tourada, que amam o belo animal touro bravo!

As divergência começaram quando os aficionados da tourada  defenderam o indefensável: que o touro não sofre, quando lhe são espetados ferros atrás de ferros no seu dorso ensanguentado!  

Os aficionados da tourada disseram que as touradas dão negócio a muita gente, e os defensores do fim das touradas disseram que isso é verdade e que anualmente são dados subsídios de milhões de euros para a realização desse espectáculo, seja do Estado central, seja das autarquias.

Pôs-se a questão, (muito bem argumentada por Paulo Borges): como aceitar que o Estado e as autarquias, desviem milhões de euros para a prática da tortura e crueldade contra o animal touro, quando em nome da crise, são usurpados pelo Governo os subsídios de natal e de férias dos trabalhadores e reformados, e quando há tantas famílias em dificuldades económicas? 

Os aficionados da tourada defenderam que os animais não têm nem devem ter direitos, e que os seres humanos têm é deveres para com eles, nomeadamente de os alimentar e proteger! Claro que os defensores do fim das touradas, para além de referirem que o código civil tem de ser alterado para os animais deixarem de ser considerados como "coisas", defenderam pela voz de paulo Borges, que todos os animais sencientes, humanos ou não humanos,  devem ter direito à sua dignidade e respeito. 

Questão que ficou no ar: para os aficionados os deveres dos seres humanos de protegerem os outros animais, inclui o leva-los á força para uma arena para serem torturados cruelmente até á sua exaustão psíquica e física?
Isto é:    -  em nome do negócio da tourada e dos subsídios escandalosos de milhões de euros do erário público, que os promotores das touradas conseguem obter em nome da tradição e da cultura sublime, em que consiste  a tortura cruel de um animal, é defendido pelos ditos aficionados (os quais coincidem com os promotores) que o animal touro NÃO SOFRE!      -  claro que não seria preciso os defensores do fim das touradas demonstrarem que uma vez que o animal touro como todo o ser humanos, tem cérebro, sistema nervoso e órgãos sensoriais, sofre tal como sofreriam os seres humanos se se pusessem no lugar do touro na arena, já que nem os aficionados se atreveriam a negar tal evidência!   -  o que os aficionados das touradas não querem é perder os milhões de euros que conseguem sacar das televisões e dos poderes públicos centrais e autárquicos, milhões esses que justificam na sua forma mercantilista de pensar, o sofrimento cruel do animal na arena.
 Concluindo: 
Uma vez que todos os animais sencientes, humanos ou não humanos, são filhos da natureza, são então irmãos de sangue e de nervos, e tal como os seres humanos são capazes de explorar e de matar outros seres humanos pela ganância do TER mais dinheiro, também os seres humanos são capazes de torturar cruelmente os outros animais, e de os matar selvaticamente, em nome do dinheiro que dessa forma conseguem obter. 

Portanto o que verdadeiramente separa os aficionados das touradas dos defensores do fim desses degradantes espectáculos, cuja única substância é a tortura cruel e sangrenta do animal, é afinal o dinheiro que esse espectáculo pode proporcionar:
      -para os aficionados o dinheiro justifica tudo, o TER é o seu lema e estão dispostos a explorar e até a matar outros seres sencientes, humanos ou não humanos,  para o obter;         - os defensores do fim das touradas, pelo contrário afirmam a prioridade do SER, dos valores éticos universais, para justificarem o fim de toda a tortura e crueldade sobre todos os seres sencientes, sejam humanos ou não humanos.  


Paulo Borges denunciou:
"Sabem que, de 2009 a meados de 2011, várias Câmaras Municipais investiram 1 milhão 744 mil e 981 euros de dinheiros públicos e europeus na organização e promoção de touradas? E isto quando a austeridade se abate sobre a população e se fazem cortes na saúde, educação e apoios sociais? Em que país vivemos? Disse isto hoje em directo na TVI para irritação dos aficionados."

Provas dos "investimentos":

Dinheiros Públicos patrocinam Touradas!

Portugal utiliza fundos Europeus para financiar a tauromaquia

Eurodeputados acusam: Portugal utiliza fundos Europeus para financiar a tauromaquia

“Portugal utiliza fundos Europeus para financiar a tauromaquia” - Eurodeputados


Participação de Paulo Borges
"Lamento não ter tido mais tempo para dizer que a abolição das touradas e o reconhecimento dos direitos dos animais é hoje a continuação do movimento pela abolição da escravatura e pelo fim de toda a discriminação, racista, sexista ou outra. Os aficionados defendem assumidamente os seus hábitos e os seus interesses financeiros, enquanto os abolicionistas defendem a vítima indefesa: o touro. A tauromaquia apenas subsiste devido à injecção escandalosa de dinheiros públicos, de todos nós, na sua promoção, como denunciei no final: só em 2009-2011 foram pelo menos 1. 750. 000 euros! Temos de exigir um referendo e aí se vai ver a derrota estrondosa destes senhores, que agora se agarram ao argumento ridículo de que isto é uma conspiração vegana...Note-se a incapacidade dos taurinos em dar um único argumento válido na defesa da barbárie: afinal sempre é um negócio (mas pelos vistos não deve dar dinheiro e fazem-no por amor - o que então não obsta a que se acabe com as touradas!) e o outro argumento da moda é que há uma aparente "cruzada" para levar o mundo ao veganismo. De defesa, nada."


Manuel Luís Goucha - TVI
"Muito se comentou esta manhã sobre a minha imparcialidade na conversa sobre corridas de touros que decorreu no VOCÊ NA TV. Sempre me assumi como não aficionado e contudo sempre conversei nos meus programas com toureiros, cavaleiros, ganadeiros entre outros protagonistas da festa brava, quando poderia recusar-me a fazê-lo (será necessário, por exemplo, recordar a conversa de uma hora que tive no TVI24, com Victor Mendes?). Querem maior prova de imparcialidade?. Agora sou é contra todo o tipo de fundamentalismos. MLG"

Debate TVI: valeu a pena?
‎"Mas foi assim tão despropositada a presença e participação de aficionados neste programa? Não!


Primeiro, porque quem não deve não teme, nem será nosso lema virar as costas à batalha. Ainda que, vivendo num País dito democrático e livre, nada nos obrigue a ter que justificar a nossa paixão pela Festa dos Toiros, é sempre nossa bandeira defende-la quantas vezes necessário. E valha-nos a Prótoiro que, sempre atenta, tomou conta das rédeas no que tocou a reunir tropas e não voltámos a ver entre convidados para defesa da Tauromaquia, artistas de circo.


Segundo, porque mais uma vez mostrámos que somos superiores, que os nossos argumentos são mais que válidos perante a costumeira dos boatos e suposições de tortura e violência a que os vegans e esquisitóides a tanto nos associam.


Terceiro, porque finalmente apresentámos um painel de defesa com qualidade, coerência e argumentos certos para defender a Festa: o agricultor José do Carmo Reis, o advogado e secretário-geral da Prótoiro, Dr. Diogo Costa Monteiro e o veterinário, ganadeiro e aficionado de pró, Dr. Joaquim Grave. A que se acrescentam os apontamentos extraordinários de Helder Milheiro e Nuno Pardal desde a bancada, e esta sim poderia ter sido mais activa, embora os tempos em televisão sejam desde logo condicionantes.


Mas ganhámos alguma coisa com isto? Nada. Nem 15 minutos de fama! Entre um apresentador a lamber-se por chocolate e uma senhora que ganhou uma dentadura nova, quase que fomos lá apenas servir para o que era pretendido: gerar confusão para subir audiências. Os anti continuam na 'Peace and Love' do vamos salvar o 'boi das unhas dos malandros só por que sim' e nós continuamos na nossa de que a Tauromaquia é Tradição, Cultura e como tal merecemos ser Respeitados.


Para resumir: Tivemos as pessoas certas no programa errado.
Deram-se pérolas a porcos, basicamente!


Nota: Respondendo ao título, Valeu a Pena? Valeu, porque para além de termos demonstrado aos anti-taurinos que do outro lado da barricada eles não vão encontrar meia-dúzia de campónios, serviu ainda para evidenciar que a Defesa da Festa está nas mãos dos aficionados! E só não vale é criticar sem se ter feito nada! "
@ Jornal Online de Tauromaquia


Cláudio Haupt Vieira
‎"Criticar é fácil. Antever a derrota também, constatar factos e analisa-los, também. Enfim, creio que hoje, houve empate técnico em detrimento da habitual derrota.
Na consciência ficou o facto de não virarmos a cara à luta"

Relativamente ao debate de hoje, no Você na TV.
‘Você na Tv’ – Poderia ter sido diferente? Sim, poderia…

Ainda bem que admitem que as derrotas são constantes.



Nota: 
Se não existe UM argumento sólido, verdadeiro, ético e moralmente válido para defender a tauromaquia só lhes resta usarem subterfúgios, falácias, ofensas e todo o tipo de assuntos para tentarem desvirtuar e afastar a atenção do que é INDEFENSÁVEL!

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