quarta-feira, setembro 08, 2010

PPA quer mais do que foi aprovado em Barcelona e Associação Animal consegue cancelar rodeio à brasileira

Proibição de touradas a partir de 2012 em Barcelona faz mexer organizações portuguesas 


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A luta é para proibir touradas, largadas, entradas e até os rodeios à brasileira. As associações anti-touradas ganham alento e querem acabar com tudo o que meta touros.

O Partido Pelos Animais (PPA) disse à agência Lusa que lançou uma petição na Internet para que seja aprovada legislação no sentido de abolir as touradas em Portugal. Na mira daquela associação não estão apenas as touradas mas todos os espectáculos com touros, afirmou o seu porta-voz, Paulo Borges. O PPA, criado em 2009, tem uma posição em defesa dos animais que inclui, por exemplo, a progressiva adopção de uma alimentação vegetariana.

A recente aprovação no Parlamento da Catalunha da proibição de touradas naquela região espanhola a partir de Janeiro de 2012, embora deixando de fora outros espectáculos com touros, nomeadamente as entradas, deu ânimo aos movimentos anti-touradas e nomeadamente ao Partido Pelos Animais. “Achamos que este é um momento de grande fôlego para o movimento anti tauromáquico em todo o mundo e estamos a aproveitar também esta oportunidade”, declarou a mesma fonte.

Paulo Borges que participou no domingo, num protesto silencioso em Fátima contra alegados maus tratos de animais no Santuário, esclareceu que a petição agora lançada sucede a uma outra, subscrita por 8500 pessoas, contra a criação da secção de Tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, documento que irá ser objecto de discussão na Assembleia da República.
No sábado, na Aldeia da Ponte, concelho do Sabugal, um “Rodeio à brasileira”, semelhante ao que decorreu a 7 de Agosto na praça de touros de Almeirim, foi cancelado, após o provimento de uma Providência Cautelar avançada pela associação ANIMAL.

A presidente da associação, Rita Silva, explicou à agência Lusa que “sempre” que tomam conhecimento da marcação de um evento deste género, actuam judicialmente, o que leva a crer que ou a associação não teve conhecimento da iniciativa de Almeirim ou o tribunal onde foi apresentada a providência cautelar, não lhe deu provimento.

O organizador do rodeio que não se pôde realizar, Mário Cowboy, diz que os elementos da associação ANIMAL, “não sabem o que é um rodeio e não devem saber o que é maltratar um animal” e defende que “um homem de 60 quilos a montar num animal de 600 quilos, que tem o instinto de saltar, não é maltratar”.

“Eles – Associação ANIMAL - tentam promover o seu nome através de gente, como nós, que está a entrar como novidade no mercado”, pois com a comunidade taurina, “já não conseguem fazer nada”, diz este cidadão brasileiro que aponta diversos prejuízos causados pelo cancelamento do evento.
Segundo o documento do Tribunal Judicial do Sabugal, que decretou a providência cautelar “o prejuízo resultante da presente providência não excede o dano que com ela se pretende evitar”, já que o “ interesse económico e lúdico”, (…) não é superior ao cumprimento dos direitos dos animais inscritos no diploma legal vigente…”. “Não existe qualquer possibilidade de se traduzir em dinheiro o direito dos animais protegido pelo direito supra identificado”, refere o juiz que proferiu a decisão. O rodeio estava aprovado pela Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC).



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