sábado, maio 22, 2010

Dia Internacional da Biodiversidade

Biodiversidade

A biodiversidade engloba a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta. Assiste-se a uma perda constante deste conjunto, com extinções e destruições com profundas consequências para o mundo natural e o bem-estar humano. 

As principais causas são as alterações nos habitats naturais, resultantes dos sistemas intensivos de produção agrícola, da construção, da exploração de pedreiras, da sobrexploração das florestas, oceanos, rios, lagos e solos, da introdução de espécies alóctones invasivas, da poluição e, cada vez mais, das alterações climáticas globais. Vários estudos recentes da AEA mostram que se não forem envidados mais esforços políticos significativos, é improvável que esse objectivo seja atingido.






Alterações Climáticas e Perda de Biodiversidade: Portugal Será um dos Países da Europa mais Afectados
A Terra está a perder biodiversidade a uma taxa sem precedentes. No Dia Internacional da Biodiversidade, 22 de Maio, as alterações climáticas voltam a constituir a preocupação central assumindo-se como uma das maiores ameaças à diversidade de vida no Planeta, juntamente com a destruição de habitats, poluição e proliferação de espécies invasoras.
A Terra está a perder biodiversidade a uma taxa sem precedentes. No Dia Internacional da Biodiversidade, 22 de Maio, as alterações climáticas voltam a constituir a preocupação central assumindo-se como uma das maiores ameaças à diversidade de vida no Planeta, juntamente com a destruição de habitats, poluição e proliferação de espécies invasoras.

Península Ibérica: zonas húmidas e anfíbios entre os mais afectados
Na Europa, a subida do nível do mar poderá ser até 50 % mais acentuada do que a média global. Cerca de 20% das zonas húmidas podem correr o risco de desaparecer até 2080, arrastando as espécies animais e vegetais que delas dependem. Os ecossistemas mediterrânicos, incluindo os de Portugal, estão entre os mais vulneráveis a uma subida de 2 a 5º C, sob um efeito combinado da seca e dos fogos florestais.
No Sul da Europa, o potencial hidroeléctrico diminuirá entre 20 a 50 % até 2070, o que é particularmente alarmante no caso de Portugal, se pensarmos que o Governo tenciona construir mais barragens.
A isto somam-se mudanças drásticas na distribuição das espécies animais. Os anfíbios na Península Ibérica serão especialmente afectados e condenados a viver em áreas cada vez mais limitadas, tal como os répteis, que dependem de charcos e pântanos para a sua reprodução. Quanto às florestas já estão a sofrer dos Verões excessivamente quentes e consecutivos incêndios florestais, aos quais se irá juntar a problemática da escassez de água.

Que resposta para estes problemas?
Dada a dimensão e inter-relações do problema das alterações climáticas, é necessária uma forte vontade e determinação colectiva aos vários níveis; global, nacional e local. Concretamente é importante preservar a biodiversidade especialmente sensível às alterações climáticas, criar refúgios e preservar habitats que permitam uma adaptação de longo termo (ex: vales fechados onde algumas espécies possam migrar em altitude), estabelecer redes de áreas protegidas terrestres, aquáticas e marinhas que tenham em linha de conta as alterações climáticas previstas, reforçar a investigação sobre as ligações alterações climáticas-biodiversidade, e integrar plenamente a biodiversidade nos planos de mitigação e adaptação que cada país deve criar.

Portugal – um caminho estruturante na Conservação da Natureza é preciso
A nível europeu e mesmo nacional algumas iniciativas voluntárias estão em curso, mas é necessário actualizar as Directivas já existentes. Portugal é reconhecido como um dos países da Europa com maior riqueza ao nível da biodiversidade. Porém, nos últimos anos temos vindo a constatar um desinvestimento na Conservação da Natureza levando a graves problemas na gestão das áreas protegidas e na preservação dos habitats. As alterações climáticas, que se fazem sentir cada vez mais, associadas à ausência de medidas adequadas de gestão de espécies e habitats e ao desregrado ordenamento do território, poderão fazer com que Portugal perca parte substancial da sua riqueza biológica.

Os serviços prestados pela Biodiversidade
A diversidade biológica é a base da vida na Terra e um dos pilares do desenvolvimento sustentável. A riqueza e variedade da vida tornam possível o “fornecimento de serviços” dos quais dependemos: água potável, alimento, abrigo, medicamentos e vestuário. Os ambientes ricos em biodiversidade são mais resistentes quando atingidos por uma calamidade natural. Tudo isto é de particular importância para os cidadãos mais pobres do mundo, pelo que sem a conservação e uso sustentável da biodiversidade não será possível atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. A avaliação dos ecossistemas do mundo e seus serviços feita num estudo à escala mundial permitiu a identificação das alterações climáticas como a maior causa da perda de biodiversidade do nosso planeta, em conjunto com a alteração do padrão de uso dos solos.

A nova grande ameaça à Biodiversidade. Uns conseguirão adaptar-se...
As alterações climáticas já estão a forçar a biodiversidade a adaptar-se, seja através de mudanças de habitat, alterações nos ciclos de vida, ou o desenvolvimento de novas características físicas. Os impactes já observados incluem por exemplo o branqueamento de corais causados pelo aumento de temperaturas do mar, que está a causar a morte de recifes de coral da Austrália às Caraíbas. As aves são bons indicadores das alterações climáticas: algumas espécies já adiantaram a sua época de nidificação, outras movem-se, desaparecendo totalmente das áreas originais. As populações de urso polar estão a ficar em risco à medida que o alimento se torna cada vez mais difícil de caçar. Outras espécies enfrentam desafios mais singulares: o sexo das tartarugas marinhas por exemplo, depende da temperatura, sendo que as temperaturas mais quentes fazem aumentar o número de fêmeas em detrimento dos machos.

Outros não... 1 milhão de espécies sob risco de extinção
Porém nem todas as espécies conseguem adaptar-se e nesse caso enfrentam a extinção. As previsões apontam que até cerca de 1 milhão de espécies ficará extinta como resultado das alterações climáticas. Os recentemente extintos Sapo-dourado e a Rã-parteira-gástrica - descoberta em 1972 na Austrália - já foram identificados como as primeiras vítimas das alterações climáticas. Várias espécies de montanha vêem também ameaçada a sua sobrevivência, o que poderá conduzir à extinção de espécies endémicas. Um estudo feito com 1.350 espécies de plantas de montanhas europeias prevê que a taxa de extinção possa atingir os 60%.

A Biodiversidade também é necessária no combate às alterações climáticas
A ligação entre a biodiversidade e as alterações climáticas funcionam em ambos sentidos: a biodiversitdade é ameaçada pelas alterações climáticas induzidas pelo Homem, mas os recursos da biodiversidade podem reduzir os impactes sobre as pessoas e produção agrícola; a conservação dos habitats pode reduzir a quantidade de CO2 libertado na atmosfera. Estima-se que a desflorestação actual seja responsável por 20% das emissões de CO2. Conservar certas espécies como mangais e culturas agrícolas resistentes à seca pode reduzir impactes desastrosos, tais como as inundações e a fome. Aumentando a resistência dos ecosssitemas podemos melhorar a sua capacidade para nos fornecerem serviços vitais sob a pressão das alterações climáticas. 


Ano Internacional da Biodiversidade

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