Touradas: ANIMAL volta às ruas

A associação Animal promove no sábado, em Lisboa, uma «marcha protesto em defesa dos animais» que terá um «especial ângulo anti-touradas», na sequência da criação da secção de tauromaquia pelo Ministério da Cultura.

«Não será somente anti-touradas, será uma tomada de posição em defesa de todos os animais. Os cidadãos vêm, mais uma vez, para a rua pedir ao Parlamento e ao Governo portugueses que modernizem a legislação de protecção dos animais, à semelhança do que se tem vindo a fazer noutros países», refere um comunicado divulgado esta quinta-feira pela associação.

Para a iniciativa, a organização conta com a participação de entidades de protecção de animais de todo o país, da CAS International (Comité Anti-Touradas da Holanda), da organização Animanaturalis (que actua em Espanha e na América Latina) e de cidadãos não organizados.
Segundo a Animal, outras entidades internacionais enviaram faixas e sinais para ser usados na marcha, que sairá do Campo Pequeno às 15:30 em direcção ao Parlamento, onde os manifestantes vão formar um cordão humano de costas para o edifício para demonstrar a sua «desilusão perante a inoperância do legislador».
Ainda antes, às 14:30, dois activistas vão «encarnar as peles» de um touro com bandarilhas e de um escravo negro junto à praça de touros do Campo Pequeno, numa encenação intitulada «Tourada e Escravatura São a Mesma Cultura!».

«A mensagem que se pretende passar é a de que, por muito que uma actividade moralmente condenável seja considerada parte da cultura ou da sociedade e encarada como natural - embora seja contestada, primeiro por uma minoria e depois pela maioria - a História acaba por provar que era errada, acabando por bani-la», sustenta a Animal.
O protesto vai decorrer dois dias depois da inauguração da época tauromáquica do Campo Pequeno, que tem início hoje à noite com uma competição luso-espanhola.